quarta-feira, 13 de junho de 2012

Acreditando fica mais fácil


            O artesanato é, sem dúvida, uma característica fundamental para que histórias que tinham tudo para ter um ponto final, continuem recheadas de vírgulas e com espaços para muitos outros parágrafos.

            Exemplos como o de “seu” Aldair que conseguiu superar a perda de um braço, como a de Allyson que conseguiu dizer NÃO ás drogas e, de dona Celita que tem no coração o desejo de ajudar, são histórias que mostram como a vida pode ser melhor quando levada por outro ponto de vista.           
            Então, esqueça todas as futilidades da vida, deixe de reclamar, agradeça a Deus pelo que você tem, esforce-se e chegue aonde você quer chegar.  Afinal, nunca podemos, ao certo, saber o que irá nos acontecer no dia de amanhã. Não adianta desanimar, chorar, pois problemas sempre existirão e soluções não encontram caminhos sozinhos. Apenas, NÃO DESISTA! O segredo é acreditar.

Como o artesanato pôde ajudar na vida de um homem que sofreu um acidente e teve parte do corpo amputado



            Considerado de uma geração de pessoas que lutaram para chegar aonde chegaram, senhor Francisco Aldair do Amaral, 61 anos, nunca foi daqueles de se deixar abalar pelos soluços da vida. Homem simples, de poucas palavras, pele marcada pelos anos que já se passaram, é pai de sete filhos e, avô de quatro lindas meninas.
            Nosso personagem casou cedo e, com a família da esposa aprendeu a arte que se transformou no sustento de toda a família. Começou, então, a fabricar peças de couro: sandálias de diversos tamanhos e modelos, pondo à prova além de sua criatividade à desenvoltura antes desconhecida pelo homem do interior.
            De feira em feira, “seu” Aldair vai conquistando os fregueses e com seu jeito tímido, mas confiante, vai facilmente fazendo a cabeça dos que cercam sua banca. Certo dia voltando de uma dessas idas a uma feira que acontece em Juazeiro do Norte, passando por Cascavel, se depara com um acontecimento que mudou para sempre sua vida e planos.
            Segundo informes, por volta das 12 horas e 50 minutos do dia 26/03/94, ocorre um acidente de tráfego, consistindo na colisão envolvendo um ônibus da empresa São Benedito e, um caminhão furgão. O ônibus teve danos na lateral posterior e, era justamente o veículo que trazia da feira o senhor Francisco Aldair, que como conseqüência teve um de seus braços amputados. Somente após, cerca de, cinco horas é que conseguiram chegar ao hospital Instituto José Frota, já em Fortaleza.

A SUPERAÇÃO
            Quando o acidente aconteceu, ele conta que, talvez fosse o mais calmo de todos ao seu redor. Depois de vários dias de internação e duas cirurgias, a adaptação veio e felizmente com o apoio dos familiares e amigos tudo se tornou menos difícil.
            Você deve estar se perguntando, “então, ele parou de fazer as peças, já que agora só tinha um braço?”. Pelo contrário, mesmo diante das muitas dificuldades que teve que enfrentar, nosso personagem guerreiro conseguiu se adaptar e hoje faz artesanato “melhor do que ninguém”.
            Para dar conta de todos os pedidos e encomendas, Aldair conta com a ajuda dos filhos e um sobrinho que também resolveu fazer das mãos, instrumento para a arte. A profissão tornou-se sinônimo de hereditariedade. O ateliê fica no quintal da casa. O espaço não é tão grande.

FERRAMENTAS         
            Pra lá e pra cá, é o movimento que faz o braço do senhor Aldair, alternando entre as máquinas, o corte do couro, a costura da sola e, o acabamento em detalhes da confecção de um dos modelos de sandálias mais conhecidos do Brasil, para não dizer do mundo todo.
            O modo como utiliza as ferramentas, a habilidade de movimentar as peças e a força de vontade que não o deixa desistir, são algumas das lições de vida que o senhor Aldair consegue nos transmitir.
            A matéria prima é básica. Consegue como ninguém transformar pedaços de couro, sola e borracha em verdadeiras obras de arte que são desejadas por pessoas de todos os cantos. Grande parte dos turistas que visitam as feiras e os centros artesanais da cidade leva para casa, pelo menos, uma dessas peças de couro.

A ARTE DIVULGADA
Veja AQUI algumas das peças produzidas pelo senhor Aldair

Artesanato que dá vida - O artesanato como uma válvula de escape para jovens saírem do mundo das drogas



            Com apoio dos familiares, amigos e de uma boa ideia colocada em pratica é sim possível superar a dependência de drogas. Vamos ver como isso pode acontecer com a história do jovem Allyson Rufino, 27 anos.
            Cheio de vida e vontade de sair pelo mundo a fora, Allyson estava quase terminando o Ensino Médio quando se deparou com amizades que o levou a viver uma história bem diferente da que estava em seus planos.
            Aos 19 anos interrompeu seus sonhos quando passou a ser usuário de drogas. Os “amigos” diziam que era bom, que nada ia acontecer, e inexperiente, o jovem caiu feito um patinho. A partir de então tudo se transformou.
            A mãe, Evaldina, tentando encontrar uma forma de ajudar o filho a sair daquela situação, resolveu colocá-lo para fazer esculturas com isopor. Sem nunca ter feito um curso ou alguém lhe dar dicas sobre o assunto, Allyson foi desenrolando por si próprio.
            O jovem conta que fazia o orçamento para os clientes, e assim que recebia o dinheiro corria para comprar a branca, mais conhecida como cocaína. Trabalhava tão drogado que no final das contas caso nunca conseguia concluir o trabalho.
            Com o passar dos meses foi perdendo os clientes e entrando cada vez mais num mundo que para muitos não tem volta. Para sua sorte a mãe nunca desistiu de vê-lo longe daquela situação e, quanto mais ele demonstrava não querer ter compromisso, mais ela lhe incentiva a continuar com o artesanato.
            Somente após dois anos de intenso sofrimento aliado as drogas, Allyson resolver dar fim a toda àquela situação e, escolheu o amor de sua família, o carinho de seus amigos e a ajuda de uma igreja evangélica para ser base para uma nova chance de vida. A partir daí o artesanato começou realmente a ter sentindo.

A ARTE DIVULGADA

            Folhas de isopor, colas, tintas, pinceis, lápis, facas e uma gama de outras ferramentas auxiliam no toque especial dado a cada peça. A concentração com que ele constrói cada objeto é impressionante.                    
            Allyson divide o ateliê com sua mãe, que é professora e também trabalha com arte. O local é grande e ele tem bastante material a sua disposição. Em todo o espaço prateleiras fixadas as paredes decoram o ambiente com as obras de arte que o jovem produz. São muitas, de todo tipo, tamanho e cores.
            Quando pergunto sobre a peça que ele mais gosta, rapidamente, sem titubear, responde, “é um castelo. Foi o primeiro que eu fiz”. O tal castelo, realmente, é uma das peças mais lindas que podemos encontrar no ateliê.
            As peças são feitas por encomenda, principalmente para decoração de aniversário, e também direcionadas a uma oficina de arte no bairro Bom Jardim. Quanto aos valores variam de acordo com o tamanho da peça.
Veja AQUI algumas dessas peças.

Projeto Ser Feliz - Transformando sonhos através da arte



            São 7:30 da manhã de um sábado, véspera do dias das mães. Faz poucas horas que o sol apareceu e com ele novos sonhos de mulheres que desejam transformar suas vidas e, acreditam que a arte tem esse poder.
            Os cheiros das frutas e o colorido dos sucos enfeitam a mesa a espera das mães da comunidade. Um café da manhã é dedicado em comemoração ao dia das mães. Não demora muito e, o espaço onde vai ocorrer o evento fica lotado. A festa é um oferecimento do Projeto Ser Feliz.

O PROJETO    
            Criado há mais de 12 anos o Projeto Ser Feliz tem como objetivo social e de conscientização trabalhar em busca do sucesso de suas ações, promovendo qualidade de vida a comunidade através do trabalho coletivo, sustentável e solidário. Um sonho vindo do coração de dona Celita Maria Rodrigues, coordenadora do Projeto.
            Com isso, possibilita o desenvolvimento pessoal, profissional, material e, principalmente, espiritual das famílias. Onde conta com a participação de igrejas evangélicas. O foco do Projeto é trabalhar o verdadeiro valor da família. O Ser Feliz ajuda pessoas que têm o desejo de se tornarem empreendedores, que queiram gerar renda.
            Com auxílio do SEBRAE, Prefeitura e Estado são oferecidos diversos cursos às comunidades do Sítio São João, Patativa do Assaré e Maria Tomásia. A conquista mais recente do Projeto é o “Programa Fortaleza Alfabetizada”, onde a Prefeitura fez a doação de uma TV, um DVD e materiais para que os interessados possam gratuitamente aprender a ler e escrever.




                O Projeto começou com 25 pessoas. Hoje cerca de 700 empreendedores possuem vinculo com o Ser Feliz. São padarias, salões de beleza, oficinas, pizzarias todos engajados no propósito de formar e transformar a economia local. Projetos como esse faz valer à pena a dedicação de seus idealizadores e todos que direta ou indiretamente fazem parte. 

A ARTE DIVULGADA 
            O xodó do projeto é a confecção de peças artesanais. São bonecos de pano, peças feitas com renda, bilro, garrafas pet, pedaços de árvore e muitos outros elementos que bastam chegar às mãos e, logo se transformam em arte.
            Cada peça conta uma história e faz parte do dia a dia das tantas mulheres guerreiras que habitam as comunidades do grande Jangurussú. Vêem na arte uma forma de ajudar nas despesas da casa, além de estar contribuindo na limpeza do meio ambiente, afinal quase todo material é reciclável.
            Os produtos são feitos através de encomendas e também distribuídos a cada certo período nas lojas de outros empreendedores cadastrados ao Projeto e, ainda levados a feiras e outras lojas que aceitam vender.
Confira AQUI as fotos dos produtos.

Artesanato Cearense, cheio de cores e formas



               Segundo as instituições de apoio ao artesanato do Estado, devido à grande quantidade de produção artesanal e boa aceitação de mercado, o Ceará tem um elevado potencial de crescimento nessa área. Alguns problemas que aparecem são a organização da produção e a falta de capital de giro. Como mostra o gráfico abaixo, cerca de 76,1% dos municípios Cearenses existe ocorrência de produção artesanal, o que resulta em 140 municípios. Nosso estado só perde para o Piauí.




Fonte: Ações para o Desenvolvimento do Artesanato do Nordeste, Banco do Nordeste do Brasil - BNB
            Por toda a cidade existem lojas de artesanato (incluindo o aeroporto, onde as peças custam até o triplo do preço normal).  Os dois melhores lugares para se pesquisar preços e fazer muitas compras são a Feirinha da Beira-Mar (funciona a partir do entardecer) e o Mercado Central.


            O Mercado Central situa-se na Praia de Iracema, pertinho do Centro Cultural Dragão do Mar, Catedral e Centro de Fortaleza. O prédio ocupa quatro pisos, unidos por escadas e passarelas. O local foi projetado, especificamente, para ser um mercado. Em cada andar encontramos uma gama de variedades de lojas e produtos espalhados.
            A criatividade expressa em cada peça artesanal cearense fascina o visitante, que vê o Estado como referência em termos de artesanato no Brasil. Peças em couro, rendas, bordados, labirintos, crochês, garrafinhas de areia colorida, barro, palha e vários outros trabalhos feitos à mão. Seja utilitário, lúdico ou decorativo, cada trabalho do artesão é uma verdadeira obra de arte.
            Entre as técnicas usadas no Estado destacam-se:

- RENDA: 

- CESTARIA e TRANÇADO: 

- COURO: 

- AREIA COLORIDA: 


Artesanato: Profissão é ser artista e gostar disso